Por Mauro César
*Jornalista
Ciência e quadrinhos ocuparam, juntos, o espaço cultural CaixaForum, em Sevilha, de 11 de julho até 27 de outubro. A instigante exposição Tintim e a Lua: 50 anos da primeira missão tripulada, reuniu acervo histórico sobre a pioneira missão Apolo 11, de 1969, e material de produção do belga Georges Remi, o Hergé, autor das obras Rumo à Lua e Explorando a Lua, lançados a partir de 1950. Como observa o escritor espanhol Luis Manuel Ruiz, na edição do Diario de Sevilla de 11 de agosto passado, “nos países francófonos se sabe bem que, apesar do que proclamam os noticiários, Neil Armstrong não foi o primeiro homem a pisar a lua: antes dele esteve lá Tintim.” Nos dois álbuns sobre a lua, o desenhista alcança, segundo Ruiz, “a maturidade como artista.“
As críticas que o trabalho de Hergé receberia ao longo do tempo – especista, colonialista, racista -, algumas delas pelo fato de ter publicado histórias no jornal belga Le Soir, ocupado por nazistas, não abalaram sua importância artística para o universo dos quadrinhos nem diminuíram a popularidade de Tintim. O conhecido personagem, criado em janeiro de 1929, contribuiu também para propagar a figura do repórter investigativo, através de aventuras pelo mundo afora. Seus 90 anos de existência não são destacados na exposição em Sevilha, mas mereceram um gráfico pormenorizado sobre suas inúmeras viagens no Nexo Jornal.